Superado pelo Flu, Riquelme carrega retrospecto positivo contra brasileiros
O Fluminense não é uma pedra apenas no caminho do Boca Juniors. Principal jogador do time argentino, Riquelme também tem uma marca deixada pelos tricolores em seu excelente retrospecto contra os brasileiros. Tricampeão da Libertadores pelo Boca, o meia enfrentou times do país 14 vezes pela mais importante competição continental, com sete vitórias, cinco empates e duas derrotas (61,9% de aproveitamento) - ambas para o adversário desta quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), no Engenhão. Tanto em 2008, no Maracanã, pelas semifinais, quanto em 2012, em La Bombonera, pela primeira fase, o meia não teve razões para comemorar.
Os números indicam só 33,3% de aproveitamento diante dos cariocas. No entanto, além da recuperação na última semana, com o primeiro triunfo em quatro duelos - o meia estava machucado na vitória do Boca por 2 a 0, no Engenhão, na fase de grupos desta Libertadores -, o craque já havia marcado dois gols na ida das semifinais da competição em 2008, quando o então time de Renato Gaúcho avançou à decisão e foi vice-campeão.
Aos 33 anos, Riquelme também tem média importante na hora de balançar a rede dos brasileiros. O camisa 10 comemorou sete vezes, média de 0,5 por jogo (confira relação abaixo). O primeiro gol foi no torneio de 2001, sobre o Palmeiras, no Morumbi, em empate por 2 a 2. Grêmio (três) e Cruzeiro foram as outras vítimas de Topo Gigio, um de seus apelidos. De todas as ocasiões citadas frente a brasileiros, apenas a derrota por o 2 a 1 para o Tricolor neste ano não foi em mata-mata.
Recorde ao lado de lateral
Ao lado de Clemente Rodríguez, três anos mais novo, Riquelme chegará nesta quarta a 62 partidas pelo Boca na Libertadores, um recorde na história. Ambos têm três títulos (cada um ficou fora de uma das quatro conquistas na década passada), e o lateral se mostrou orgulhoso:
- Estar ao lado de Román com esse número é importante. Vivo um momento muito lindo e quero desfrutar disso. Queremos terminar essa competição da melhor maneira para celebrar.
Na última terça-feira, no campo anexo do Engenhão, o time xeneize realizou um rachão, e o técnico Julio César Falcioni ainda não confirmou quem estará ao lado de Santiago Silva, que volta de lesão: Mouche, autor do gol no último jogo, ou Cvitanich, que marcou no Engenhão, na primeira fase. Se o placar de 1 a 0 se repetir, só que a favor do Flu, a decisão da vaga nas semifinais será nos pênaltis. Qualquer empate é do Boca. Para passar no tempo normal, os comandados de Abel Braga precisam ganhar por dois gols de diferença.
No fim da tarde e começo da noite desta terça-feira, Assis, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho, deixou mais uma vez evidente a conturbada relação com o clube, que acumula uma dívida milionária com o jogador. Por volta de 17h, ele chegou à loja Fla Concept, da fornecedora de material esportivo do clube, na sede do Flamengo, na Gávea. Ao caminhar pelo enorme salão, logo foi reconhecido no local. Pegou camisas oficiais, bonés, roupas de bebê, entre outras peças, num total de quase 40 itens. Apesar de assustados com a quantidade de material, os vendedores já vislumbravam a comissão com o alto valor da venda. Foi quando, para espanto de todos que testemunharam a cena, Assis colocou as peças no balcão e disse, por mais de uma vez, em alto e bom som:
- O Flamengo não paga meu irmão, então não vou pagar também – disse Assis, enquanto pedia sacolas para guardar o material.
Boquiabertos, os funcionários não sabiam como agir e logo perceberam que não se tratava de uma pegadinha do empresário.
- Explicamos para o Assis que não poderíamos autorizar de jeito nenhum. Foi quando ele ligou para o Michel Levy (vice de finanças) – revelou um dos vendedores, que pediu para não ser identificado.
Começava, então, uma rodada de negociações para resolver o inusitado problema. Assis ligou para Levy e, nervoso, disse que levaria as peças.
O vice de finanças, que teve conhecimento da justificativa - “o Flamengo não paga meu irmão, então não vou pagar também” -, precisou entrar em contato com um representante da Olympikus para tentar solucionar o impasse.
Procurado nesta quarta-feira, o vice-presidente de finanças do Flamengo preferiu não se alongar sobre o episódio.
- Esse assunto está encerrado, é irrelevante. Não vou me pronunciar sobre isso - disse Michel Levy através da assessoria de imprensa do clube.
Muitos itens da lista do irmão de Ronaldinho, porém, são terceirizados e não da fornecedora. Com isso, o gasto teria que ser quitado pela própria Olympikus, o que foi devidamente vetado pelo alto escalão da empresa.
Durante cerca de 1h30m, Assis esperou na loja por uma solução, já que ouvira de Levy a promessa de que ele deixaria sua sala para ir ao encontro do empresário, que estava no mesmo prédio, apenas alguns andares abaixo. Assis, então, perdeu a paciência, subiu de elevador e, pouco depois, retornou à Fla Concept já na companhia de Levy, que acabou por ceder à pressão.
Assis conseguiu, em parte, cumprir sua missão. Na presença de Levy, vendedores da loja receberam autorização para liberar 25 camisas oficiais, cota que seria destinada ao dirigente, que repassou para o empresário.
Satisfeito, o irmão e empresário de Ronaldinho decidiu, então, desembolsar um dinheirinho e comprar duas toalhas com a imagem do camisa 10. Talvez para tentar amenizar o constrangimento de todos. Cada uma custou R$ 49,90, num total de R$ 99,80. Como se trata de um produto licenciado, futuramente uma quantia voltará para a conta de Assis.
- Ele comprou, mas reclamou na hora de pagar – disse uma pessoa que presenciou a cena.
A notícia logo movimentou os bastidores da Gávea na noite de terça-feira. Um conselheiro que participava da votação do patrocínio para o ombro da camisa no salão nobre do clube ironizou e fez trocadilho com a falta de acerto com o Porcão:
- O Flamengo é a farra do boi. Seria melhor fechar logo com uma churrascaria.
Assis cobra cerca de R$ 5 milhões de atrasados em relação a salários de Ronaldinho Gaúcho. O clube alega que a dívida é de R$ 2,25 milhões. Ambas as partes insistem em dizer que está tudo bem, que o caso será solucionado amigavelmente, mas o futuro do jogador continua incerto.